Saiu no site de surf Waves (nesse link) uma matéria muito legal do Guga Arruda comentando detalhes das suas pranchas inovadoras Power Light. Combinação mágica de leveza, resistência, flexibilidade e performance.
Guga Arruda investe nos shapes
Por Daniel Tinelli em 27/02/10 23:08 GMT-03:00
Guga Arruda decola alto com prancha de apenas 1,5 quilos. Exímio competidor, Guga Arruda já foi duas vezes bicampeão catarinense e sul-brasileiro. Sempre esteve entre os melhores surfistas no ranking da elite brasileira profissional e se manteve entre os top 16 durante sete anos. Liderou o circuito brasileiro, fez finais em etapas do WQS e tem mais de 10 temporadas havaianas. Muitos atletas profissionais em diversas áreas do esporte estão buscando outros caminhos dentro do segmento. Esse trabalho de conciliação entre as várias áreas do surf muitas vezes é encarado com prazer, e essa pode ser a chave do sucesso. Guga desenvolveu a Powerlight, construção que permite pranchas muito leves e resistentes. O surfista, shaper, surf reporter, professor de surf, palestrante, empresário, filmaker, comunicador e pai de família Guga Arruda vem se mostrando um atleta multifuncional, já que exerce várias funções dentro do esporte que o revelou no cenário nacional e internacional. Apadrinhado por alguns dos melhores shapers do mundo, como Fernando Sheena, Avelino Bastos, Jonh Carper, Pat Rawson, Havenga, entre outros, começou a shapear depois de uma aula com Avelino na década de 90. Hoje, utilizando a tecnologia de termo-moldagem, desenvolvida por Jair Fernandes, o "Maxuxo", e prosseguindo com pesquisas de matérias cada vez mais leves, resistentes e flexíveis, Guga desenvolveu a Powerlight, construção revolucionária que permite pranchas muito leves, resistentes, com controle de flexibilidade, e diz ter feito a prancha mais leve do mundo, uma 6’1 Full Carbon, com apenas 1,5 quilos. Aproveitando o inicio do Catarinense Profissional no próximo dia 5 de março, conversamos com ele para saber um pouco mais sobre essas inovações e algumas curiosidades pessoais. Como e quando surgiu o inovador sistema de pranchas Power Light? O inventor Jair Fernandes (Maxuxo) vem trabalhando há décadas no desenvolvimento desse novo método e eu venho pesquisando e buscando uma forma de produzir pranchas leves, resistentes e com controle de flexibilidade. Nos encontramos e identifiquei que o método de termo-moldagem desenvolvido por Maxuxo servia perfeitamente para o meu objetivo. Com esse método e os materiais mais nobres do mercado, como carbono, kevlar, madeira e a minha fissura por pranchas leves, nasceu a Powerlight. Quais os materiais utilizados e quais os diferenciais desses materiais? O carbono é o material mais caro e com melhor resposta de flexibilidade. Volta da flexão com mais velocidade e projeta a prancha pra frente. O kevlar é mais flexível e proporciona pranchas bem soltas e fáceis de manobrar. A madeira, usada em lâmina, na horizontal, também oferece boa flexibilidade e forma uma estrutura sanduíche muito resistente. Todas elas são feitas com bloco de EPS de baixa densidade, sem longarina, por isso são tão leves e laminadas com resina epoxi que permite boa flexibilidade. E a prancha mais leve do mundo? Conta melhor essa história. Sempre busquei a prancha mais leve possível, mas os fabricantes nunca quiseram fazer, pois tinham medo que quebrassem. Vários até me disseram que a prancha muito leve não ficava boa. Eu não acreditei e não me conformei, fui atrás. As coisas levam tempo, mas com o novo método, EPS de baixa densidade e fibra de carbono, fiz uma 6’1 com 1,5 quilos, botei na água e ela é mágica e voa. Sendo assim, está quebrado o tabu, prancha leve é o bicho. Em muitos anos na história das pranchas de surf, a longarina dos blocos era indispensável e parecia dar resistência às pranchas. As pranchas Power Light não utilizam longarina e possuem certa flexibilidade. Fale um pouco dos resultados comprovados na prática. Comecei a estudar flexibilidade com meu mestre Fernando Sheena, há uma década no Hawaii, com as pranchas Surf Light Hawaii, das quais fui o piloto de testes e patrocinado. A Powerlight nasceu para dar continuidade a esse trabalho. As pranchas flexionam mais que um shaper considera em mexer nas suas curvas de fundo, sendo assim a flexibilidade é o que define a curva real da prancha quando em uso nos pés do surfista. Por esta razão passa a ser o x da questão. Na prática, as pranchas mais flex são mais manobráveis e as mais rígidas mais velozes, porém o retorno da flexibilidade também faz grande diferença. Os matériais com retorno mais rápido oferecem uma projeção adicional para a prancha. Nas competições você tem usado as pranchas Powerlight ou ainda estão em fase de testes? As pranchas estão 100% aprovadas e não tenho vontade de usar as pranchas comuns, até faço algumas para o trabalho e desenvolvimento de design, mas não chegam nem perto da Powerlight. Na competição caio sempre de Powerlight. Além do Guga Arruda, quem mais testa os modelos de pranchas? Teco Padaratz, Gui Ferreira, Renato Hickel, Xandi Fontes e a raça toda aqui de Floripa. Falando de surf. Nascido e criado nas ondas de Floripa, qual a onda que mais gosta na ilha, no Brasil e no mundo? Guga desfere paulada de backside no crítico da onda. Moro em Floripa. Joaca e Campeche são as praias que mais gosto. Assistindo aos seus filmes da série Arquivo Surf, percebi que você tem grande atitude em ondas de responsa como Pipe e Teahupoo. Esse gosto por ondas grandes foi natural ou teve todo um processo de aprimoramento e até algum treino específico para essas condições? Sempre gostei de ondas grandes e muito novo optei pelo trabalho em ondas grandes e tubulares. Foram 11 temporadas havaianas, 7 na Indonésia, Oeste da Austrália, Teahupoo, Todos os Santos e outros picos. O grande desafio é surfar ondas grandes e tubulares na remada. Tive bons padrinhos como Fernando Sheena, Carlos Burle, Eraldo Gueiros e Pedro Müller. Também devo muito a Pato, que me levou para Teahupoo pela primeira vez, e aos amigos que me botaram em altas ondas de tow-in. Além disso, ainda muita natação e go for it. Em relação às competições, o Guga Arruda ainda tem muito para mostrar. Quais são suas expectativas para 2010? Sabe que eu estou meio cansado de competir, mas tenho muito gás pra pegar ondas grandes, dar aéreos rodando e praticar tow-in e tow-out. Tenho trabalhado em cima de algumas acrobacias no tow-out como o looping, que já estou completando de frontside. Em relação à competição, estou sem compromisso e pretendo aparecer bem preparado para alguns eventos. Recentemente estreou um programa de rádio, aumentando a sua gama de funções. Fale um pouco dessa oportunidade de ter um canal de informações tão importante à sua disposição. Bem, o Ondulação Atlantida me colocou em contato com a comunidade surfistica de Santa Catarina. São mais de 20 mil pessoas, quatro vezes ao dia. Entre 8 e 9 da manhã temos o pico do nosso Ibope e exatamente por isso identificamos que havia demanda da galera surf em Floripa e lançamos o "Mais Floripa", uma hora de muito surf music e bate-papo com altas personalidades da cidade, um espaço todo nosso. Estou adorando. Qual o seu sonho de consumo? Indonésia, Hawaii e Teahupoo, tudo filmado e fotografado, com os amigos... Sabemos que você tem uma grande consciência ecológica. Na fabricação das pranchas, existe alguma preocupação nesse sentido? Sim, é dever de todos, por isso trabalho com o bloco de EPS, onde todo o resíduo é reciclado pelo próprio fornecedor que reutiliza o material. Em apenas uma palavra, descreva as pranchas Powerlight. Pode ser duas? Forte e leve.
Fonte Daniel Tinelli
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