6 de mar. de 2008

Meu perfil no INEMA

A reporter Marilia Garske do INEMA, fez esta entrevista comigo meses antes de eu parar de voar de asa delta. Ela editou muito bem o texto e achei que vale a pena recordar e gravar no Top Wings esta matéria. Atualmente estou retomando o surf com mais maturidade e procurando usá-lo como um meio de melhorar o preparo físico e entrei de cabeça no windsurf com a meta de ir para as ondas (categoria wave) em breve. A aventura, os vôos, continuam. Mudaram apenas os equipamentos e o ambiente.
Luiz Felipe Rodrigues - Perfil
Luiz Felipe Rodrigues é praticante de Asa Delta a 21 anos, já foi instrutor e presidente da Federação Gaúcha de Vôo Livre. Dê uma olhada no perfil desse grande defensor do esporte!
Luiz Felipe Rodrigues, mais conhecido como Neko, é um defensor e praticante de asa delta. Natural de Vitória, Espírito Santo, passou a infância e a adolescência no Rio de Janeiro onde deu seus primeiros passos no campo do esporte. Lá ele começou no surfe. Em seguida, se mudou para Florianópolis com o objetivo de cursar a faculdade de Engenharia e prosseguiu ganhando as ondas. Porém, os ventos sopraram para áreas não tão litorâneas e Neko foi para Minas Gerais trabalhar na sua área. Chateado com a impossibilidade de surfar, foi em busca de algo que pudesse ser semelhante e aí surgiu a sua nova paixão. Fissurado desde o começo, ele estabeleceu uma relação vital com a asa delta e hoje, depois de 21 anos da descoberta, a define como uma terapia rejuvenescedora: "Faz você se sentir pequeno por fora e grande por dentro". Neko mora há 15 anos em Porto Alegre, e, segundo ele, seu vôo agora já é gaúcho. O esportista foi presidente da Federação Gaúcha de Vôo Livre por dois anos. Para ele, a asa delta no Rio Grande do Sul viu seu número de praticantes diminuir, mas mantém um nível técnico muito alto. "Somos poucos com boas habilidades em equipamento de ponta." Luiz Felipe já participou de campeonatos e foi instrutor por dois anos, entre 1989 e 1992, executou cerca de 2000 vôos duplos. Porém, define essa atividade como perigosa já que expõe o piloto a situações muito adversas. Não escondendo sua preferência por se aventurar sozinho ele brinca: "Voar duplo é como levar uma pessoa para passear num táxi. Vôo solo seria, comparativamente, como pilotar uma Ferrari numa pista de corrida". No que diz respeito à família, conta que não recebeu muito apoio no início por se tratar de um esporte que normalmente gera apreensão. Já os seus filhos, nasceram com a idéia de que andar pelos ares é a coisa mais normal do mundo. Ambos, Daniel de 18 anos e Luiza de 10 já fizeram vôos duplos com o pai. Foi um duplo com o mais velho o mais alto que ele já realizou. Em Sapiranga, pai e filho atingiram 1950 metros de altura. Luiza acompanhou o pai quando tinha cinco anos: "Foi a passageira mais nova que já levei."- diz ele. Porém, a garotinha que adora ajudar o pai a montar e a desmontar sua asa está esperando crescer mais um pouco para se aventurar novamente, seguindo as ordens de sua mãe. Atualmente, a família de Neko o incentiva: "Minha família sabe que se me entrego a esse lazer sou uma pessoa melhor." Sua mulher há 13 anos, Neyda, já realizou duplos com o marido no início do relacionamento, porém, hoje em dia, apenas acompanha o maridão com gosto. Ela e a filha estão sempre no resgate buscando-o nos vôos de distância quando eles acontecem. O atleta de 47 anos pretende praticar no mínimo mais 20. Para ele, que sonhava em ganhar os céus desde criança, esse ato engloba uma série de sensações ao mesmo tempo e, além de desenvolver a autoconfiança, gera uma paz muito grande, momentos de contemplação e uma lavagem generalizada no espírito: "Depois de um bom vôo sou uma pessoa mais feliz, mais tolerante, mais vivo" comenta. Além disso, o esporte o mantém jovem: "Não me sinto com a idade que tenho. Digo que sou jovem a mais tempo dos que tem menos idade que eu... É parte da minha vida. Meu cérebro voa todos os dias, meu corpo só nos fins de semana". Por: Marília Garske

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