19 de fev. de 2009

O CASO PESCA E SURF (11)

Vamos ver agora a continuação do trabalho do Ingo sobre O CASO PESCA E SURF que trata da dinâmica costeira do litoral norte do RS. O assunto agora é ONDAS!

7.3.2 As Ondas
Para Villwock & Tomazelli (1995), a costa do Rio Grande do Sul é francamente dominada pela ação das ondas, visto que possui uma configuração praticamente retilínea, sem reentrâncias e maiores irregularidades o que lhe confere um caráter aberto. Em definição para o litoral norte, Nicolodi (1999) considera-o como dominado por ondas de moderada a alta energia e por ondas de tempestade. Segundo Villwock (1994), as ondas significativas são geradas durante tempestades e tem sua energia potencial diretamente proporcional a três fatores: A velocidade dos ventos, duração da tempestade e a área onde a tempestade atua. Segundo Motta, (1969), as ondas têm duas direções predominantes: nordeste e sudeste. As primeiras constituem vagas originadas pelo vento mais freqüente na região (nordeste), com períodos de até 9 segundos, atingindo alturas de 1,5 metros, nas profundidades de 15 a 20 metros. Por outro lado as do sudeste constituem ondulações formadas por perturbações atmosféricas ao largo da costa, têm maior altura e energia e com isto maior capacidade de transporte. A altura máxima atingida nas recorrências anuais é de 3,5 metros e dificilmente ultrapassam períodos de 15 segundos (ALVAREZ et al. 1983). Estas ondas que atingem o litoral da área em estudo podem ser classificadas em três diferentes tipos de ocorrências e podem acontecer de maneiras superpostas:
1. Ondulação, ou swell waves: Ondas mais regulares, período longo, menor esbeltez e cristas arredondadas. Para Motta (1967), esta ondulação é formada no cinturão tempestuoso sub-polar do Atlântico Sul, localizado próximo a latitude 60°S.
2. Vagas, ou sea waves: Resultado da ação de ventos locais, têm como características ser bastante irregulares, muitas vezes individuais, de elevada esbeltez, apresentando cristas agudas e de pequena propagação. Geralmente estão superpostas à ondulação, com direção predominante dos quadrantes E e Ne, mesma direção dos ventos oceânicos predominantes na área costeira em estudo.
3. Ondas de tempestade, ou storm waves: Mais raras, correspondem às de maior energia dentre as que atingem a área de estudo. Estão associadas a fortes ventos provenientes de tempestades próximas à costa. Segundo Motta (1967), uma vez ao ano estas ondas atingem pelo menos 4m de altura, próximo a isóbata de 20m, chegando a um pico de 7m em um período de recorrência de 30 anos Motta (1967), Tomazelli, (1990), Villwock & Tomazelli (1995).
Exemplos de Ondas:
Ondulação, ou Swell Waves. Foto 3: Ondulação. Praia de Capão da Canoa – RS. Fonte: www.ondasdosul.com.br acesso em 08/02/06.
Vagas, ou Sea Waves. Foto 4: Vagas. Píer de Tramandaí – RS. Fonte: www.ondasdosul.com.br acesso em 15/01/07. Ondas de Tempestade, ou Storm Waves. Foto 5: Ressaca em Tramandaí – 2006. Fonte: http://www.photografos.com.br/exibirfoto.asp?id=84687# acesso em 08/08/06.

Semana que vem, as correntes.

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