26 de fev. de 2009

O CASO PESCA E SURF (12)

Agora o assunto é correntes. Você percebe que as correntes são variáveis muito importantes para o assunto do surfista pego em redes de pesca? Em dias com correntes no mar, pode ficar mais difícil sair ou entrar no mar. Se o surfista pára de remar pode ser levado pela corrente e a força dela é que pode pressionar seu corpo contra a malha das redes. 

7.3.3 As Correntes
O sistema de correntes que pode afetar a sedimentação e a morfologia costeira são:
1. Correntes de Marés
2. Correntes da Circulação Oceânica
3. Correntes Fluviais
4. Correntes litorâneas (induzidas por ondas e ventos)
Para o litoral gaúcho as correntes de marés são insignificantes, devido a sua pequena amplitude. Também as grandes correntes de circulação oceânica vigentes não afetam muito a costa gaúcha, pois envolvem um deslocamento de água muito afastado da costa (NICOLODI, 1999). Para o estudo dos conflitos entre pescadores e surfistas na orla marítima, também as correntes fluviais exercem pouca influência, visto que existem apenas quatro desembocaduras de rios para o oceano em todo o estado e nenhuma se localiza na área de estudo. Dessa forma, as correntes mais importantes para a dinâmica costeira e consequentemente, para este estudo são as correntes litorâneas. As correntes litorâneas são um resultado direto do ângulo de incidência em que as ondas chegam à linha de praia. Quando as ondas batem paralelamente à linha de costa, desenvolve-se um padrão de circulação celular, através de correntes de retorno perpendiculares à praia, por onde voltam ao mar às águas ali empilhadas continuadamente (VILLWOCK & TOMAZELLI, 1995). Estas correntes de retorno, popularmente conhecidas como “repuxo” são um dos grandes perigos para os banhistas durante os meses de verão, sendo responsáveis pela maioria dos afogamentos no mar. Isso porque, durante o processo de retorno das águas estas correntes podem chegar a uma velocidade de 2 a 3 m/s enquanto conseguimos nadar a uma velocidade de até 2m/s. A velocidade da corrente, mais a agitação das ondas, acabam oferecendo alto risco de afogamento para os banhistas, segundo dados do projeto “Segurança de Praia” do Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica – CECO/UFRGS. A ilustração a seguir (figura nove) mostra o mecanismo das correntes de retorno junto à linha de costa.
Figura 9: Ação das correntes de retorno e paralelas à costa. (Extraído de GRUBER, 1999).

No próxima postagem, O CASO PESCA E SURF (13), vai tratar de derivas litorâneas. São as correntes que nos levam para os lados. As mais perigosas para o assunto das redes. Quinta-feira que vem, como de costume, aqui no Top Wings.

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