23 de abr. de 2009

O CASO PESCA E SURF (20)

Antes de entrarmos nas partes finais do CASO PESCA E SURF, uma análise do surfista que está procurando as ondas nestas áreas de risco.

9.3 O surf e o perfil dos surfistas que freqüentam o município de Cidreira: Locais e Eventuais.

Foram aplicados questionários a 18 surfistas, identificados na orla marítima de Cidreira durante o levantamento de campo, a fim de traçar um perfil dos surfistas que freqüentam a orla do município. Através destes questionários pudemos quantificar uma série de fatores, organizados nas tabelas a seguir:


Dos 18 surfistas entrevistados, 39% eram turistas/veranistas, sendo que apenas um (6%) deles não possuía 2ª residência no município. Além disso, 76% deles possuem residência ou segunda residência no município há mais de 10 anos, o que caracteriza uma grande identificação destes surfistas com o município.



Neste item os entrevistados puderam fazer múltiplas escolhas. De uma forma geral, a preferência da maioria se deu entre a área de surf localizada no Calçadão e na plataforma de pesca. As respostas mais freqüentes para quem escolhia a plataforma de pesca mesmo sabendo que não é uma área destinada pra surf foram:
1. A boa formação das ondas próximo aos pilares;
2. A relativa segurança em relação às redes de pesca;
Os surfistas acreditam que estão seguros próximos à plataforma porque geralmente não se colocam redes junto ao local em função de ser uma área destinada para pesca com molinetes. Além disso, os pilares formam uma barreira artificial para as correntes de deriva litorânea, uma bancada de areia semi permanente e também um referencial dentro da água. Ali é possível que o surfista consiga identificar o ponto de quebra das ondas, se posicione para pegar a onda antes do colapso e permaneça mais tempo próximo aos pilares.
Alguns surfistas não opinaram sobre consumo no município e gasto médios. Apesar disso, dentre os que opinaram, todos afirmaram que consomem no município sendo que a maioria (79%) sempre utiliza os serviços e comércio, tendo um gasto médio entre 50 e 100 reais (80%), enquanto o restante costuma gastar valores acima dos 100 reais.
Do total de surfistas que opinaram nesta questão (16), a maioria (81%) se mostrou insatisfeita com a área destinada para surf no município. A maior alegação deles estava na pequena extensão da área destinada para surf no município. Alguns relataram que em dias de correntes (de deriva litorânea) muito fortes, percorrem a área destinada para surf em apenas 20 minutos. Número considerável deles gostaria que a área urbana do município fosse totalmente destinada à prática de surf. 50% dos surfistas também não estão satisfeitos com a fiscalização das áreas dentro do município. Repetidas vezes alegaram que redes clandestinas são dispostas dentro da área destinada para surf, sem que qualquer atitude seja tomada. Alegam que a brigada militar recebe as denúncias, mas responde que não pode fazer nada, pois não tem competência para fiscalizar a orla, que é área da união, cabendo à marinha ou ao IBAMA sua fiscalização. Um surfista se sente insatisfeito pelo fato de que as redes são de difícil localização de dentro ou de fora da água, constituindo alto risco para eles. Nas fotos 19 e 20 podemos confirmar essa alegação, da difícil localização das redes seja pela fixação dos cabos na areia ou em locais indevidos, seja pelas bóias dentro da água.

Nenhum comentário: