1 de fev. de 2008

Boas lembranças

Quem não tem um período de sua vida que quando se lembra fica com saudade? Épocas de vitórias, realizações, bons momentos. Nunca fui campeão no surf, mas fiquei perto algumas vezes. Morando em Florianópolis, tive a oportunidade de surfar ondas maravilhosas com uma galera matadora. Flávio, Zeno, Bichinhos, Bita, Gama, Lima, Ari, Davizinho (David Husadel, meu primo, o de cabelo mais curto, comigo nesta foto ao lado), entre muitos surfistas brothers tipo "competition". Navegando na Web, achei este site com um levantamento histórico das competições de surf catarinense. Para minha felicidade pude resgatar boas lembranças de 1981 (27 anos atras...), onde no segundo circuito catarinense de surf, consegui minhas melhores colocações numa temporada de surf. Dois terceiros lugares e dois quintos me deram no final a quarta colocação no geral. Surfei com o Picuruta Salazar por algumas vezes no homem a homem (onde ele me detonou...) e fiquei próximo das finais por algumas vezes. Transcrevo matéria do blog SURFE CATARINENSE do ano 1981.

Os posts desta categoria contêm o resumo dos campeonatos de surfe profissional realizados em 1981.


Estão registrados 4 eventos até o momento.

Estadual




Internacional (ASP)2ª etapa: Rip Curl/3GL Easter Classic

Bita vence abertura do segundo Circuito Catarinense na Joaquina
Local: Praia da Joaquina, Florianópolis

Data: de 31 de janeiro a 2 de fevereiro de 1981 (sáb. a seg.)
Resultado

1º. Bita Pereira - Equipe Trapiche

2º. Picuruta Salazar - Santos (SP)

3º. Neno - Imbituba/Nabor Surfboards

3º. Roberto Lima - Equipe Trapiche

5º. Luiz Felipe Rodrigues "Neco" - Equipe Trapiche

5º. Almir Salazar - Santos (SP)

5º. Gigante

5º. Leleco

Segundo informações do jornal O Estado houve 54 participantes, apenas nove não associados da Associação Catarinense de Surf (ACS). Segundo a reportagem, "a presença de surfistas de outros Estados esvaziou em função da divulgação ter sido feita muito em cima da hora e também por causa do preço para os não associados, que é de Cr$ 3 mil por etapa ou Cr$ 10 mil pelo circuito inteiro". O vento sul impediu o início da competição no dia previsto, mas, segundo o jornal, os organizadores consultaram "o meteorologista Seixas Neto e o mar terá ótimas condições" nos dias seguintes. De fato no sábado e domingo "as condições do mar estiveram excelentes", com a entrada do vento nordeste. As baterias de triagem definiram 32 classificados (sendo 20 vagas para associados da ACS e 12 para não-associados) para o restante da competição, que foi disputada no sistema homem-a-homem, "indiferente da categoria e patrocinador a que pertenciam os surfistas". Critérios como duração das baterias (de 15 a 30 minutos) eram definidos pelo diretor técnico Saul Oliveira Filho antes do início da prova. Premiação por etapa: R$ 80 mil em dinheiro, dos quais Cr$ 25 mil para o primeiro colocado, Cr$ 12 mil para o segundo, Cr$ 5 mil para o terceiro e quarto, Cr$ 3 mil do quinto ao oitavo e Cr$ 1,5 mil do décimo ao décimo sexto. Os quatro primeiros também receberam troféus de autoria do artista plástico Max Moura. Premiação do circuito: passagem ida-e-volta ao Hawaii para o campeão do circuito, oferecida pela Lee Jeans. Promoção: Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo, Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura de Florianópolis, Prefeituras de São Francisco do sul e Laguna. Co-promoção: jornal O Estado e da TV Catarinense. Produção: Associação Catarinense de Surf. Nas etapas do 2º Circuito Catarinense também foram realizadas provas de remada (com prêmio de Cr$ 4 mil), das quais podiam participar todos os surfistas que estivessem na praia, indiferente da inscrição no circuito (os resultados não foram publicados no jornal). O Grupo Folk fez uma show às 17h de sábado com repertório baseado nos Beatles, em homenagem ao ex-integrante do conjunto, John Lennon, assassinado em Nova York no final do ano anterior.

Neno e João de Imbituba surpreendem em Laguna e embolam disputa pelo segundo título catarinense
Local: Molhes da Praia do Mar Grosso, em Laguna, e Itapirubá

Data: de 13 a 15 de fevereiro de 1981 (sexta a domingo)

Resultado

1º. Neno - Imbituba/Nabor Surfboards

1º. Joãozinho - Pura Vida Surfboards

3º. Luiz Felipe Rodrigues "Neco" - Equipe Bescredi/Trapiche

3º. Picuruta Salazar - Equipe FM A Tribuna

5º. Alemão Pernambuco

5º. Chede

5º. David Huzadel

5º. Waldemar "Bilo" Wetter


Ranking após 3ª etapa

1º. Picuruta Salazar

2º. Roberto Lima

3º. Bita Pereira

4º. Djalma

5º. Neno

6º. Luiz Felipe Rodrigues "Neco"


Segundo informações do jornal O Estado faltando apenas uma etapa na praia da Joaquina para a definição do campeão, os cinco primeiros colocados no ranking tinham chances de conquistar o título e a passagem para o Hawaii. "Na sexta-feira o mar não apresentava condições satisfatórias. No sábado, com vento sul, as provas foram realizadas nos molhes da praia do Mar Grosso, em Laguna, "que é uma rampa natural de onde o espectador tem uma boa visão dos surfistas na água, pela sua localização superior, como se fosse uma arquibancada . (...) a final da etapa, por mudança de vento, foi disputada na praia de Itapirubá". Neno (revelação do circuito, com apenas 15 anos) e Joãozinho, ambos de Imbituba, ficaram empatados na primeira colocação e fariam uma bateria extra no final do circuito, a partir da sexta-feira seguinte, na praia da Joaquina, em Florianópolis." A Lee Jeans, patrocinadora do circuito, definiu a data da festa de premiação, marcada para o dia 23 de fevereiro, nas dependências do Roller Play (na Avenida de Contorno, próximo ao novo Terminal Rodoviário). De forma inédita, o ingresso será a apresentação de uma etiqueta Lee e além dos melhores do circuito serão premiados também os melhores atletas catarinenses no windsurf e no vôo livre".

Santista Picuruta Salazar conquista última etapa, título e passagem pro Hawaii Local: Praia da Joaquina, Florianópolis

Data: 20 e 23 de fevereiro (sexta a segunda)Resultado

1º. Picuruta Salazar - Santos (SP)

2º. Bita Pereira - Equipe Trapiche

3º. Neno - Imbituba/Nabor Surfboards

3º. Luiz Felipe Rodrigues "Neco" - Equipe Trapiche/Bescredi

Segundo informações do jornal O Estado as disputas foram adiadas na sexta porque o mar estava baixo. No sábado foram realizadas a primeira fase e no domingo a prova foi novamente interrompida por causa da chuva. Na segunda o campeonato prosseguiu "com um mar regular pela manhã e excelente à tarde. A partir das 16 horas, oito surfistas fizeram a disputa das quartas-de-final com baterias de dez minutos homem contra homem". O santista Picuruta Salazar era patrocinado pela Pinguim Surf e Windsurf Produtos. "O aspecto negativo da final do campeonato foi a confusão armada pelo surfista conhecido como Carcará, de Imbituba. Inconformado com a eliminação de Neno na semifinal, ele passou a agredir indiscriminadamente alguns espectadores, ante a passividade dos integrantes da comissão organizadora. Depois de armar um princípio de tumulto na praia e derrubar cadeiras de arbitragem, a comissão interrompeu a competição quando iria ser iniciada a final entre Bita e Picuruta, por falta de policiamento. A última bateria com duração de 20 minutos somente iria começar com o policiamento na praia". "Um fato que criou divergências entre os surfistas foi a diferença nos critérios de notas altas entre alguns juízes. A reclamação foi praticamente geral pois alguns juízes consideravam muita nota para determinados critérios de avaliação". Matéria na edição de O Estado de 24/2/1980 termina com o diretor técnico da competição Saul Oliveira Filho fazendo avaliação positiva do segundo circuito estadual, ressaltando que "os prêmios melhoraram cerca de 50%". O número de associados da ACS aumentou para 90.


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